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Armas não letais

Vigilantes vão trabalhar com armas não letais no comércio

SALVADOR(BA) -Com a regulamentação da Portaria Federal 387/2006 na semana passada - permitindo que os cerca de 410 mil vigilantes do país usem armas não letais e algemas -, pelo menos quatro estabelecimentos comerciais de Salvador anunciaram que vão equipar seus funcionários com armas de choque e spray de pimenta.

Um dos maiores centros comerciais da cidade, o Shopping Barra já se prepara para adotar a portaria ainda neste ano. Segundo Alexandre Manzalli, diretor de operações da Ena Shopp, empresa que administra o Barra, as despesas com a compra das armas e o treinamento dos funcionários serão incluídas no plano de segurança, orçado em R$2,3 milhões.

"Tudo que for necessário em termos de tecnologia para garantir a segurança de nossos clientes será feito", afirmou Manzalli, destacando as ações já implementadas pelo shopping , como a instalação de sistemas de comunicação via rádio, controle de acesso, alarmes e acionamento individual para uso de seguranças e lojistas.

Além do Barra, a rede de supermercados Hiperideal também vai adotar as armas de choque. "Daqui a 90 dias, todos os seguranças das lojas estarão usando as armas não letais", declarou José Humberto de Souza, dono da rede. Para ele, a portaria é um avanço nas ações destinadas a contribuir com a segurança pública. "Esses instrumentos vão reduzir o número de abordagens violentas".

Prestação de serviço

Uma empresa de segurança de Salvador, consultada pela reportagem, disse que vai comprar os equipamentos, assegurou o empresário Horácio Castro. A empresa, que tem como clientes agências bancárias e uma instituição federal , vai desembolsar cerca de R$ 10 mil para manter as pistolas em estoque.

Castro lembrou o fatídico episódio ocorrido em novembro do ano passado, em que um segurança de uma rede de lojas matou um cliente, um ambulante, após uma discussão dentro de uma loja em São Paulo. "Se o segurança estivesse munido com uma taser ou spray de pimenta, com certeza a situação seria outra", afirmou.

Presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado da Bahia, Odair Conceição, dono de uma empresa de segurança na capital, também vai equipar seus funcionários com armas não letais. Segundo ele, em um shopping, por exemplo, essas armas podem ser usadas por profissionais que trabalham em estacionamento ou no interior do estabelecimento, onde há grande circulação de clientes. Ele acredita que as 135 empresas de segurança registradas no estado devam aderir à portaria.

Vigilantes precisam passar por curso

De acordo com a portaria 387/2006, atualizada e regulamentada pela Polícia Federal, os seguranças, para usar as armas, terão de fazer curso específico. A resolução determina ainda que armas de calibres 32 e 38 só podem ser usadas por vigilantes que trabalham em bancos, fazem transporte de valores ou escolta de caminhões de carga.

Mas todos vão poder agora usar armas não letais, antes exclusivas da polícia e guardas municipais, entre elas o spray de pimenta, as algemas e a pistola de choque. Todo esse material só entra no Brasil com autorização do Exército e o uso é fiscalizado pela Polícia Federal.

'É uma vitória da classe pois, desde 2006, aguardávamos isso', disse o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança da Bahia, Odair Conceição, em referência aos quase três anos de espera pela aprovação. Segundo ele, o motivo de tanta lentidão foi o parecer do Exército Brasileiro para determinar as empresas responsáveis pela vendas dos armamentos.



Fonte: Correio da Bahia