
As atividades profissionais em geral tem se tornado cada dia mais técnicas. Num mundo globalizado, informatizado e em crescimento vertiginoso de 20% ao ano, não há mais espaço para profissionais amadores, que desenvolvem suas atividades apenas por experiência, achismo, eu consigo ou por "ouvir dizer".
No campo da segurança pública, as polícias tem sido cobradas a atuar de maneira científica, através de métodos preventivos e estratégias que evitem o confronto direto com os criminosos e o desgaste perante a população. E como os órgãos da segurança pública não têm conseguido dar conta do recado, a atividade de segurança privada vem ganhando maiores proporções e força a cada dia.
Existe ainda no Brasil certa resistência quanto à segurança privada. Alguns órgãos policiais vêem a atividade como uma concorrente, e tentam disputar ou desabonar o trabalho dos vigilantes. Na Europa países como Portugal, Espanha, Itália, etc., Argentina na América do Sul, Estados Unidos e México na América do Norte, verificam-se um quadro totalmente diferente. É como se a segurança privada fosse uma extensão dos órgãos da segurança pública. Dentro da sua área de atuação, o vigilante possui o status de um policial. Os policiais, por sua vez, são sempre bem recebidos pelos vigilantes, e ambos se consideram como companheiros de profissão.
É claro que ainda chegaremos lá. Para isso, é preciso fazer um bom trabalho de orientação junto aos policiais, especialmente em nível de comando, e também buscar uma maior profissionalização do vigilante. Chega de ver vigilantes organizando filas de bancos, registrando veículos em estacionamentos ou cuidando de afazeres diversos de sua atividade fim.
Mas o que fazer para realmente profissionalizar os nossos vigilantes? Somente através de uma boa seleção, treinamento apropriado e um trabalho de esclarecimento a classe, através de sua associação ou de um sindicato ativo que defenda os direitos dos seus integrantes, incentive a todo momento adquirir conhecimento e busque a melhoria das condições de trabalho.
Roberto Adães