
Insegurança nos campi universitáriosFortaleza(CE) - A chegada dos serventes nos banheiros, antes locais ermos, a limpeza de algumas áreas de matagal, o reforço na iluminação e a contratação de 12 seguranças terceirizados melhoraram o clima no campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Mas não impediram a tentativa de assalto que terminou em tiroteio com a Polícia, acionada pelasegurança do campus, na noite da última quinta-feira. "Ainda não resolveu. Dizem que pelo menos uma vez por semana roubam um carro aqui", afirma o estudante de computação Humberto Borges, 26.Ele conta que há pouco tempo dois amigos tiveram o estepe externo roubado. Outro colega teve o som furtado. "Isso perto das cantinas!", diz. Em outro estacionamento, esse nos fundos do campus, furtaram duas calotas do carro de Cecilia Almeida, 21, estudante de Administração. O reitor Assis Araripe reconhece a vulnerabilidade do campus, inclusive dos espaços onde o movimento é maior. "Por isso, o primeiro reforço foi nas áreas úteis e próximo aos laboratórios mais afastados, principalmente os da Faculdade de Veterinária", afirma.Segundo o reitor, um plano de segurança está sendo traçado por especialistas. A pavimentação das vias do campus e o uso de câmeras são ações já certas. A tecnologia vai ajudar a monitorar o movimento nos 103 hectares do Itaperi. "Aqui entra todo mundo. Tem gente se passando por aluno sem ser, mas fica difícil flagrar", diz o vigia Hermes de Oliveira, há 18 anos trabalhando na Uece. Jessyca Rios, 19, estudante de administração, conta que uma colega foi roubada dentro do banheiro pelo mesmo garoto que depois passou em sala de aula pedindo uma ajuda para comprar leite."Não dá para saber quem é quem", diz Arlene Lima, 18, vendedora da banca de doces. Para ela a maior preocupação é com a saída à noite. "De manhã é tranqüilo e aqui dentro não tenho medo. O problema é lá fora". Ela já presenciou um arrastão no ponto de ônibus. Há cerca de 20 dias, a reitoria solicitou a presença de policiais militares na parada. "Nos informaram os horários críticos de entrada e saída dos alunos e colocamos uma dupla de PMs de moto defronte ao pontode ônibus", diz o major Jonas Moreira Lima, comandante da 7ª Companhia do 5º Batalhão da Polícia Militar.E-MaisOs dois assaltantes que tentavam roubar um carro na noite de quinta-feira na Uece, James Marcos Assunção de Sousa e Carlos Moabi Gonçalves, baleado na nádega, foram presos. Carlos foi atendido no Instituto Dr. José Frota (IJF) e recebeu alta ainda ontem. De acordo com o reitor Assis Araripe, a polícia foi chamada pela segurança do campus que notou a movimentação estranha. A troca de tiros, ainda de acordo com Araripe, foi entre a polícia e os assaltantes.Os 12 seguranças contratados pela Uece são terceirizados. À noite, trabalham armados. "É necessário", diz o reitor Araripe.O Batalhão Patrimonial é formado por 16 homens contratados diretamente pela Uece. Esses trabalham desarmados.Dos 42 vigilantes da UFC, 10 são funcionários, o restante é terceirizado.Alguns departamentos e laboratórios do campus do Pici, da UFC, têm acesso restrito. Para entrar, só com senha eletrônica ou cartão magnético. A decisão e a captação de recursos fica a cargo dos próprios pesquisadores ou diretores de centro.Quatro motopatrulhas fazem a segurança no entorno do campus do Pici. Das 16 às 23 horas, o reforço chega a nove motos circulando. O ponto crítico, segundo o major Lourival Cordeiro Lima, comandante da 6ª Companhia do 5º Batalhão da Polícia Militar, é a rua Uruguaiana, que faz limite com os fundos do campus.
Fonte: O Povo